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Dra Flavia do Vale

Derrame pleural fetal


Derrames pleurais fetais referem-se a um acúmulo de líquido pleural. Pode referir-se a um quilotórax fetal ou a um hidrotórax fetal.


Um derrame pleural fetal pode ocorrer como:

  • parte da hidropisia fetal,

  • em associação com outras anomalias sem hidropisia

  • de forma isolada - derrame pleural primário / hidrotórax fetal primário.


CAUSAS


Qualquer causa de hidropisia fetal é um fator etiológico potencial em um derrame pleural fetal.


Além da hidropisia fetal, um derrame pleural pode estar associado a várias outras anomalias subjacentes:


* anomalias cardíacas congênitas : ~ 5% dos derrames pleurais não hidrópicos


* anomalias pulmonares congênitas subjacentes

- linfangiectasia pulmonar

- malformação congênita das vias aéreas pulmonares

- sequestro broncopulmonar

- herniação diafragmática congênita

- hamartoma da parede torácica

- atresia venosa pulmonar


* anomalias cromossômicas (pode estar presente em ~ 50% com uma anormalidade ultrassonográfica adicional e em ~ 12% sem uma anormalidade ultrassonográfica adicional

- Síndrome de Down : ~ 20% (variação de 5-33%) de derrames pleurais não hidrópicos

- Síndrome de Turner : especialmente com derrame pleural no 1º trimestre

- trissomia 18


* polidactilia : ~ 1% de derrames pleurais não hidrópicos



ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS


Classicamente visto como fluido anecóico envolvendo um ou ambos os pulmões (que são ecogênicos) - aparência de asa de morcego.


Podem mostrar outras características de hidropisia se ocorrer em associação

pode haver presença de polidrâmnio.


TRATAMENTO E PROGNÓSTICO


O curso clínico é variável e dependente da etiologia. A presença de derrame pleural no início da gravidez (ou seja, primeiro trimestre) está frequentemente associada a um desfecho fetal insatisfatório.


A mortalidade perinatal pode ser elevada e está relacionada ao desenvolvimento de hidropisia não imune, prematuridade e hipoplasia pulmonar.


A idade gestacional precoce no momento do diagnóstico de derrame pleural fetal isolado (32 semanas ou menos) é associada a um desfecho desfavorável e a uma taxa de mortalidade neonatal de 55%.


As opções de tratamento também dependem de outros fatores subjacentes:


  • toracocentese e drenagem da efusão: o fluido pode, no entanto, voltar a acumular-se dentro de 24-48 horas

  • inserção de shunts pleural-amnióticos


A ausência de hidropisia e o uso de terapia pré-natal (toracocentese ou colocação de shunt) foram associados a bons resultados.

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