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Pré-eclâmpsia: Aspectos Clínicos e Riscos

A pré-eclâmpsia é uma complicação obstétrica que se caracteriza por hipertensão arterial associada a proteinúria ou a disfunção de órgãos-alvo após a 20ª semana de gestação. Sua incidência global varia de 2% a 8% das gestações (American College of Obstetricians and Gynecologists - ACOG, 2020).


No caso da cantora Lexa, a gravidade do quadro demandou internação para monitoramento e manejo clínico, provavelmente devido ao risco de evolução para complicações maternas e fetais graves.


Riscos Maternos


A pré-eclâmpsia pode levar a complicações maternas graves, incluindo:

• Eclâmpsia: Convulsões tônico-clônicas generalizadas, potencialmente fatais.

• Síndrome HELLP: Hemólise, elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia, comprometendo a função hepática e a coagulação sanguínea.

• Complicações renais e hepáticas: Insuficiência renal aguda, lesão hepática e edema pulmonar.

• Acidente vascular encefálico (AVE): Em casos de hipertensão severa não controlada.


Fontes: Magee et al., 2022; ACOG Practice Bulletin No. 222, 2020.


Riscos Fetais


Para o feto, a pré-eclâmpsia está associada a:

• Restrição de crescimento intrauterino (RCIU): Secundária à insuficiência placentária.

• Prematuridade: Indução do parto antes do termo é comum para proteger mãe e feto.

• Hipóxia e morte fetal intrauterina: Decorrentes de insuficiência placentária severa.

• Descolamento prematuro de placenta: Emergência obstétrica que compromete a oxigenação fetal.


Fontes: Sibai et al., 2020; Magee et al., 2022.


Gravidade do Caso


No caso da cantora, a necessidade de internação sugere um quadro de pré-eclâmpsia severa, caracterizada por pressão arterial ≥ 160/110 mmHg, sintomas como cefaleia persistente, alterações visuais, epigastralgia e disfunção de órgãos (ACOG, 2020). Esse tipo de quadro exige internação hospitalar para controle pressórico, monitoramento laboratorial e avaliação fetal contínua.


Prevenção e Cuidados


A prevenção da pré-eclâmpsia envolve estratégias específicas, especialmente para gestantes de alto risco:

• Aspirina em baixa dose (75-150 mg/dia): Indicada para gestantes com fatores de risco, como hipertensão crônica ou história de pré-eclâmpsia (USPSTF, 2021).

• Cálcio suplementar: Recomendado para populações com baixa ingestão dietética.

• Monitoramento regular: Avaliação frequente da pressão arterial e sinais clínicos durante o pré-natal.

• Estilo de vida saudável: Dieta equilibrada, controle do peso e prática de exercícios leves, com aprovação médica.


Fontes: WHO Recommendations on Antenatal Care, 2016; USPSTF, 2021.


Considerações Finais


A pré-eclâmpsia é uma condição potencialmente fatal, mas com detecção precoce e manejo adequado, é possível minimizar riscos para a mãe e o bebê. A internação precoce em casos graves, como o da cantora Lexa, é crucial para monitorar e tratar complicações materno-fetais, garantindo a segurança de ambos.

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