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  • Dra Flavia do Vale

Polidramnia

A polidramnia é ou aumento do liquido amniótico. Pode ocorrer em aproximadamente 1-1,5% das gestações, sendo encontrada em cerca de 1 por 200 gestações. 


Geralmente é detectado após 20 semanas (geralmente no 3º trimestre) e pode ser suspeitara quando a mulher apresenta um tamanho de barriga ou fundo de útero aparentemente grande e maior do que o real período da gestação.


Ocorre como resultado de um desequilíbrio do liquido amniótico, ou por aumento da sua produção ou pela diminuição da sua remoção. lembrando que líquido amnio é xixi do bebê. Logo, o bebê engole o líquido e faz xixi constantemente e mantem o equilíbrio. Então, uma grande variedade de distúrbios maternos e fetais podem interferir no aumento da produção do líquido ou no processo de deglutição fetal que é o que remove o liquido.


Existem essencialmente três causas principais de polidramnia:


  • Idiopatica: 60-65%: este é um diagnóstico de exclusão, apesar de representar a maioria dos casos, também denominado polidrâmnio idiopático quando não achamos causa pra justificar o excesso de líquido


  • Deglutição fetal reduzida: que pode ser causada por distúrbios neuromusculares, tumores faciais ou no pescoço, obstrução gastrointestinal, defeitos pulmonares compressivos ou caixa torácica estreita devido a displasias esqueléticas.


  • Micção fetal aumentada: é observada no diabetes materno, circulação fetal hiperdinâmica (devido a anemia fetal, tumores fetais e placentários, malformações arteriovenosas) ou síndrome de transfusão feto-fetal


Pode ainda ser classificada ou dividida e causas:


  • maternas: 25-30%

- diabetes: diabetes comumente gestacional

- insuficiência cardíaca congestiva materna


  • fetal: 10-20%

1. Lesões do SNC (por exemplo, defeitos do tubo neural )

2, obstrução gastrointestinal proximal

- atresia ( ou estreitamento) gastrointestinal

. atresia esofágica

. atresia duodenal

. atresia jejunoileal

3. defeitos da parede abdominal

- gastrosquise

- onfalocele

- volvo intestinal fetal , por exemplo, de uma má rotação intestinal

4. anormalidades cervicotorácicas fetais

- massas cervicais fetais

- teratoma cervical congênito / epignato

- bócio fetal grande

- massas torácicas

- malformação congênita das vias aéreas pulmonares (CPAM)

- síndrome de obstrução congênita das vias aéreas (CHAOS)

- herniação diafragmática congênita

5. anomalias cardiovasculares fetais

- taquicardia fetal sustentada (por exemplo,

- taquicardia supraventricular (SVT),

- flutter atrial, taquicardia ventricular)

6. complicações relacionadas à gravidez gemelar

- transfusão de gêmeos : ocorre no receptor

- hidropisia fetal : imune e não imune

7. anormalidades esqueléticas fetais

8. movimento fetal reduzido



Quais medidas de ultrassom definem a polidramnia?


  1. índice de líquido amniótico (ILA) > 25 cm OU

  2. maior bolsão vertical MBV) > 8 cm


Alguns classificam a gravidade do polidrâmnio como


  • leve: MBV = 8-11 cm ou ILA = 25-30

  • moderado: MBV = 12 - 15 cm ou ILA = 30 - 35 cm

  • grave: MBV > 16 cm ou ILA > 35 cm


Quais as complicações da Polidramnia?

O risco das seguintes complicações obstétricas aumenta quando a polidrâmnio está presente devido à expansão excessiva do útero


  • dispneia ou falta de ar materna

  • ruptura prematura da membrana

  • trabalho de parto prematuro

  • apresentação fetal anormal

  • prolapso do cordão umbilical

  • hemorragia pós-parto: devido à redução do tônus ​​miometrial uterino


Tratamento e prognóstico

O prognóstico é variável, dependendo das condições associadas. Geralmente mínima ou nenhuma intervenção necessária para casos idiopáticos leves e não complicados. As opções incluem:


  • melhor controle do diabetes materno

  • cesariana se houver macrossomia profunda

  • amniocentese / amnioredução terapêutica

  • Indometacina


De maneira geral, o tratamento da polidramnia consiste em diagnosticas e tratar a causa ( controle da glicose no diabetes gestacional, transfusão sanguínea intra-uterina para anemia fetal, laser de anastomoses placentárias na síndrome de transfusão feto-fetal). Além disso, devido ao risco aumentado de parto prematuro nas gestações com liquido aumentado é possível realizar amniocenteses repetidas para drenagem de grandes volumes de líquido amniótico. No entanto, o procedimento em si pode precipitar o nascimento prematuro e a amniocentese é reservada para os casos em que o comprimento do colo do útero é inferior a 15 mm ou exames seriados semanalmente demonstram encurtamento do colo do útero para menos de 25 mm. Outro método de tratamento alternativo e eficaz é a administração materna de indometacina; no entanto, esse medicamento pode causar constrição ductal fetal, e é necessária uma monitoração cuidadosa por estudos ecocardiográficos fetais em série.



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