Placenta Prévia: Tudo o que você precisa saber
O que é placenta prévia?
A placenta prévia ocorre quando a placenta se implanta na parte inferior do útero e cobre, parcial ou totalmente, o colo do útero, ou está muito próxima a ele. Essa condição pode obstruir o canal de parto e impedir o parto vaginal. É importante diferenciar:
• Placenta prévia propriamente dita: Quando a placenta cobre completamente o colo do útero.
• Inserção placentária baixa: Quando a placenta está próxima ao colo, mas não o cobre.
Essas condições afetam aproximadamente 5 a cada 1.000 gestações no final da gestação.
O que causa a placenta prévia?
A causa exata não é completamente compreendida, mas existem fatores associados:
• Danificação prévia ao útero: Cicatrizes de cirurgias como cesáreas ou curetagens podem interferir na implantação da placenta.
• Migração placentária: Durante a gestação, é comum que a placenta inicialmente baixa “migre” para o fundo do útero, devido ao crescimento uterino. Porém, essa migração pode ser prejudicada em casos de cicatrizes uterinas.
• Outros fatores de risco: Idade materna avançada, gestações múltiplas e tabagismo.
Como a placenta prévia é diagnosticada?
• Sintomas clássicos: Apresenta-se como sangramento vaginal indolor no segundo ou terceiro trimestre, que pode ser desencadeado por relação sexual, esforço físico ou exame vaginal.
• Ultrassonografia transvaginal: É o método de escolha para diagnóstico e acompanhamento. É seguro, mesmo se a placenta estiver baixa.
• Acompanhamento do diagnóstico inicial:
• Se a placenta estiver baixa no ultrassom de segundo trimestre, novas avaliações devem ser realizadas no terceiro trimestre, geralmente às 32 e 36 semanas, para verificar se houve migração placentária.
Como é o manejo da placenta prévia?
Exames de acompanhamento
• Ultrassons seriados são fundamentais para determinar a localização da placenta e planejar o parto.
Repouso
• Repouso relativo é recomendado, evitando atividades físicas intensas, relações sexuais e esforços que possam desencadear contrações ou sangramentos.
• Em casos de sangramentos recorrentes, pode ser necessário repouso absoluto ou internação hospitalar.
Medicação
• Corticosteroides: Administrados entre 24 e 34 semanas para promover a maturação pulmonar do feto, caso haja risco de parto prematuro.
• Tocolíticos: Podem ser usados para inibir contrações, se presentes.
• Suplementação de ferro: Para tratar ou prevenir anemia associada a sangramentos.
Planejamento do parto
• Em casos de placenta prévia que persiste após 36 semanas, o parto por cesariana programada é necessário.
• O ideal é planejar o parto entre 36 e 38 semanas, antes do início do trabalho de parto, para evitar complicações como hemorragia maciça.
• A cesárea deve ser realizada por um obstetra experiente, em ambiente equipado para lidar com complicações, incluindo hemorragias graves.
Quais são os riscos?
A placenta prévia está associada a complicações maternas e fetais:
• Para a mãe:
• Hemorragias maciças.
• Necessidade de transfusão sanguínea.
• Histerectomia em casos de acretismo placentário associado.
• Maior risco de morte materna em cenários extremos.
• Para o feto:
• Parto prematuro e suas complicações.
• Maior necessidade de internação em unidade neonatal.
Prognóstico
Com um acompanhamento pré-natal adequado e planejamento do parto, a maioria dos casos de placenta prévia tem um bom desfecho. No entanto, o monitoramento próximo por uma equipe experiente é crucial para minimizar os riscos maternos e fetais.
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