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Dra Flavia do Vale

Parto Prematuro

Como identificar a chance de parto prematuro?

A medida do comprimento do colo do útero através do ultrassom transvaginal é clinicamente útil na predição do trabalho de parto prematuro nas seguintes situações:

  • Em mulheres assintomáticas com história prévia de parto prematuro e naquelas com alterações uterinas, como o útero unicorno, o comprimento do colo do útero deve ser medido a cada duas semanas entre 14 e 24 semanas de gestação.

  • Em mulheres assintomáticas sem histórico prévio de parto prematuro, a medida do comprimento cervical deve ser realizada de rotina no ultrassom morfológico de segundo trimestre entre 20 e 24 semanas.


Quais são as causas de parto prematuro?

Todos os nascimentos antes das 37 semanas de gestação são definidos como prematuros. Em um terço dos nascimentos prematuros, o parto é realizado para indicações médicas, principalmente pré-eclâmpsia e restrição do crescimento fetal. Em dois terços é espontâneo devido ao início prematuro do trabalho de parto ou à ruptura pré-termo de membranas no pré-parto. De acordo com a idade gestacional podemos subdividir o parto prematuro em:


  • Prematuro extremo (<28 semanas), que ocorre em cerca de 0,25% das gestações.

  • Prematuro precoce (28 a 30 semanas), que ocorre em cerca de 0,25% das gestações.

  • Prematuridade moderada (31-33 semanas), que ocorre em cerca de 0,6% das gestações.

  • Prematuridade leve (34-36 semanas), que ocorre em cerca de 3,0% das gestações.

O risco de morte fetal e deficiência é aumentado principalmente nos subgrupos extremo, precoce e moderado. A prevalência geral de parto espontâneo antes de 34 semanas é de cerca de 1%.


Qual comprimento normal do útero?

O comprimento do colo do útero entre 20-24 semanas de mulheres que terão bebes à termo terão em média 34 mm. Entre as mulheres que tem parto prematuro antes de 34 semanas, 1% delas terão o colo menor que 15 mm e 10% delas terão o colo menor que 25 mm entre 20 e 24 semanas. Dentro desse grupo de colo curto, 20% das pacientes com colo menor que 15 mm terão bebes com menos de 34 semanas e com colo de 25 mm, 40% delas terão partos com menos de 34 semanas.


Prevenção de parto prematuro:


Mulheres com histórico de parto prematuro anterior tem o risco de nascimento prematuro espontâneo aumentado numa futura gestação. Além disso o risco de parto prematuro é inversamente relacionado ao comprimento cervical entre 20 e 24 semanas de gestação na atual gravidez. Logo, podemos dividir as mulheres em dois grupos para traçar medidas de prevenção:


  • Mulheres com um parto prematuro anterior.

  • Mulheres sem parto pré-termo anterior, mas encontradas através de um ultrassom demonstrando um colo curto na gravidez que apresentam risco aumentado de parto prematuro.


Mulheres com parto prematuro anterior


  • Cerclagem cervical: reduz o risco de nascimento antes de 34 semanas em cerca de 25%. Existem duas opções no tratamento de pacientes com nascimentos prematuros anteriores. Em primeiro lugar, a cerclagem eletiva em todas as mulheres logo após as 11-13 semanas de varredura não demonstra nenhuma anormalidade fetal importante. Em segundo lugar, a medida do comprimento cervical a cada duas semanas e a colocação de uma sutura somente se o comprimento cervical for inferior a 25 mm. A taxa geral de nascimentos prematuros é semelhante às duas abordagens, mas a segunda é preferível porque reduz a necessidade de cerclagem em cerca de 50%.


  • A progesterona: administrada de 20 a 34 semanas reduz o risco de nascimento antes de 34 semanas em cerca de 25%. A progesterona pode ser administrada através de um comprimido vaginal (200 mg) todas as noites.

Mulheres sem nascimento prematuro prévio, mas com colo curto:

Em mulheres com colo do útero curto (<25 mm) diagnosticadas por ultrassonografia transvaginal de rotina entre 20 e 24 semanas, três estratégias foram tentadas para reduzir o risco de nascimento prematuro:

  • A progesterona vaginal: em gestações únicas com colo do útero curto reduz a taxa de parto prematuro <34 semanas em 35-40%.

  • A cerclagem cervical: em gestações únicas com colo uterino curto e sem histórico prévio de parto prematuro reduz a taxa de parto prematuro <34 semanas em apenas 15%.

  • O pessário cervical: em gestações únicas com colo uterino curto foi examinado em estudos randomizados que relataram resultados contraditórios sobre o benefício na redução do parto prematuro.



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