A bexiga fetal pode ser identificada na ultrassonografia a partir de 10-12 semanas de gestação e seu tamanho varia conforme a idade gestacional. Em fetos saudáveis, a bexiga normalmente enche e esvazia em ciclos regulares, com um volume médio dentro dos seguintes parâmetros:
Tamanho normal da bexiga fetal por idade gestacional:
• Primeiro trimestre: A bexiga geralmente não ultrapassa 7 mm antes de 13 semanas.
• Segundo trimestre: Entre 13-27 semanas, a bexiga costuma medir entre 5 e 15 mm, variando com o ciclo miccional.
• Terceiro trimestre: A bexiga fetal pode atingir até 20-25 mm, com variações dependendo da ingestão de líquido amniótico e da função renal fetal.
Megabexiga fetal – Quando se considera anormal?
A megabexiga fetal é diagnosticada quando a bexiga está persistentemente aumentada, com um diâmetro longitudinal superior a 7 mm no primeiro trimestre ou mais de 15-20 mm no segundo e terceiro trimestres, sem sinais de esvaziamento.
Possíveis causas da megabexiga fetal:
1. Obstrução do trato urinário inferior (LUTO - Lower Urinary Tract Obstruction)
• Principalmente devido à válvula de uretra posterior em fetos masculinos
• Estenose de uretra ou atresia uretral
2. Disfunção neuromuscular da bexiga
• Síndrome de Prune Belly
• Malformações da medula espinhal
3. Síndromes genéticas e aneuploidias
• Associação com trissomia 13, 18 e outras síndromes raras
4. Displasia renal severa
• Associada à obstrução grave e comprometimento da função renal
Conduta e prognóstico
• Se a bexiga permanece aumentada e não esvazia, deve-se investigar hidronefrose, oligoâmnio e sinais de comprometimento renal.
• O prognóstico depende da gravidade da obstrução, do volume de líquido amniótico (indicador da função renal) e da presença de malformações associadas.
• Procedimentos fetais, como vesicocentese e derivação vesicoamniótica, podem ser indicados em casos selecionados.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são fundamentais para avaliar a função renal fetal e planejar o tratamento adequado.
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